<i>Apartheid</i> eleitoral
A esquerda independentista basca, impedida de concorrer às eleições regionais de domingo, 1, qualifica o resultado de fraudulento e antidemocrático, já que foram excluídos mais de 100 mil votos expressos.
Independentistas denunciam eleições fraudulentas
Se os socialistas espanhóis procuram encobrir a pesada derrota que sofreram na Galiza, com o avanço eleitoral no País Basco, onde pela primeira vez em 30 anos o parlamento tem uma maioria espanholista, a esquerda independentista acusa o governo de Madrid de distorcer a realidade política, impedindo uma parte significativa do eleitorado de expressar democraticamente a sua vontade.
Segundo o jornal Gara (02.03), 101 mil cidadãos depositaram boletins de voto a favor de D3M, a formação da esquerda independentista que foi impedida de apresentar listas. Todos estes votos, se não tivessem sido anulados, permitiriam eleger sete deputados que forçosamente alterariam a actual correlação de forças entre nacionalistas e unionistas.
A comprovar os cálculos do jornal basco, está a elevada percentagem de votos anulados – 8,84 por cento, ou seja, o quarto resultado mais importante, logo abaixo dos 14,09 por cento obtidos pelo PP.
Como termo de comparação, note-se que nas eleições realizadas no mesmo dia na Galiza, num universo de 1 627 309 milhões de votantes, apenas foram contabilizados 14 499 votos nulos. Em contrapartida, no País Basco, o protesto activo do eleitorado da esquerda independentista fez com que fossem achados 100.924 votos nulos, num total de 1 114 219 milhões de sufrágios.
Para além de beneficiar da ilegalização da esquerda independentista, o PSOE liderado no País Basco por Patxi López, conseguiu captar boa parte dos mais de 65 mil votos perdidos pelo Partido Popular, que sofreu um assinalável descalabro eleitoral.
Todavia, contrariando o sentido geral da eleição, Patxi López prepara-se para tomar o governo ao Partido Nacionalista Basco, força que apesar da sua folgada vitória (38,6% e 30 deputados) ficará em minoria no parlamento, assim que se concretizar a anunciada coligação entre os socialistas (24 deputados) e os populares (13 deputados), a que se juntará com probabilidade o deputado do UPyD (Progresso e Democracia).
A primeira derrota
Mas se no País Basco a alegada derrota do nacionalismo não é mais do que um resultado fabricado na secretaria, já na Galiza o afastamento dos socialistas do governo regional constitui o primeiro grande desastre eleitoral do PSOE desde que Zapatero tomou a sua liderança em 2000.
A quatro meses das eleições europeias, o eleitorado galego enviou um sinal claro do seu descontentamento com as políticas de Madrid. A economia está mergulhada numa profunda crise e o desemprego galga todos dias para níveis desconhecidos, afectando já 14 por cento da população. Foi neste contexto que o PP conquistou a maioria absoluta no parlamento galego, elegendo 39 dos 75 deputados, recolhendo 47,1 por cento dos votos contra, 24 deputados e 29 por cento obtidos pelo Partido Socialista. O Bloco Nacionalista Galego também desceu (16%), perdendo um dos seus 13 deputados.
Segundo o jornal Gara (02.03), 101 mil cidadãos depositaram boletins de voto a favor de D3M, a formação da esquerda independentista que foi impedida de apresentar listas. Todos estes votos, se não tivessem sido anulados, permitiriam eleger sete deputados que forçosamente alterariam a actual correlação de forças entre nacionalistas e unionistas.
A comprovar os cálculos do jornal basco, está a elevada percentagem de votos anulados – 8,84 por cento, ou seja, o quarto resultado mais importante, logo abaixo dos 14,09 por cento obtidos pelo PP.
Como termo de comparação, note-se que nas eleições realizadas no mesmo dia na Galiza, num universo de 1 627 309 milhões de votantes, apenas foram contabilizados 14 499 votos nulos. Em contrapartida, no País Basco, o protesto activo do eleitorado da esquerda independentista fez com que fossem achados 100.924 votos nulos, num total de 1 114 219 milhões de sufrágios.
Para além de beneficiar da ilegalização da esquerda independentista, o PSOE liderado no País Basco por Patxi López, conseguiu captar boa parte dos mais de 65 mil votos perdidos pelo Partido Popular, que sofreu um assinalável descalabro eleitoral.
Todavia, contrariando o sentido geral da eleição, Patxi López prepara-se para tomar o governo ao Partido Nacionalista Basco, força que apesar da sua folgada vitória (38,6% e 30 deputados) ficará em minoria no parlamento, assim que se concretizar a anunciada coligação entre os socialistas (24 deputados) e os populares (13 deputados), a que se juntará com probabilidade o deputado do UPyD (Progresso e Democracia).
A primeira derrota
Mas se no País Basco a alegada derrota do nacionalismo não é mais do que um resultado fabricado na secretaria, já na Galiza o afastamento dos socialistas do governo regional constitui o primeiro grande desastre eleitoral do PSOE desde que Zapatero tomou a sua liderança em 2000.
A quatro meses das eleições europeias, o eleitorado galego enviou um sinal claro do seu descontentamento com as políticas de Madrid. A economia está mergulhada numa profunda crise e o desemprego galga todos dias para níveis desconhecidos, afectando já 14 por cento da população. Foi neste contexto que o PP conquistou a maioria absoluta no parlamento galego, elegendo 39 dos 75 deputados, recolhendo 47,1 por cento dos votos contra, 24 deputados e 29 por cento obtidos pelo Partido Socialista. O Bloco Nacionalista Galego também desceu (16%), perdendo um dos seus 13 deputados.